CAIS UNE RIO E CENTRO URBANO
Por Cláudia Moritz | Correio do Povo 06/02/13
A rivalidade entre brasileiros e argentinos deverá aumentar depois que for inaugurado o novo Cais Mauá, em Porto Alegre. Segundo o seu criador, o arquiteto espanhol Fermín Vasquez, que deu uma entrevista exclusiva para o Correio do Povo, o projeto de revitalização do porto gaúcho será maior e mais bonito do que o do Porto Madero, de Buenos Aires.
“É um modelo mais emblemático, de melhor aproveitamento do rio, mais interessante, linear e que terá muito mais usuários”, assegura ele, enfatizando que a obra será “como uma ampla sacada para a população apreciar o seu rio”. As obras devem se iniciar ainda neste primeiro semestre e a primeira etapa deverá estar pronta para a Copa do Mundo 2014.
Além da beleza que trará à Capital gaúcha e, consequentemente, para milhares de turistas, o Cais Mauá – que irá modificar 2,5 quilômetros da zona portuária – será, na opinião de Vasquez, um agente transformador da cidade. “Será antes e depois dele”, destaca o arquiteto. O profissional, extremamente empolgado com o empreendimento que está idealizando, não poupa elogios à obra, que irá deixar o seu escritório, o b720 Fermín Vasquez Arquitetos, orgulhoso, assim como os gaúchos.
“É um projeto extraordinário, porque fará a inclusão do Guaíba no Centro Histórico da cidade. Não existe em muitos lugares do mundo algo assim, onde a área urbana fique tão próxima da água”, considera o arquiteto. “E o projeto de revitalização do Cais Mauá vai estreitar ainda mais essa distância. Se transformará em algo único e estamos orgulhosos por sermos responsáveis por um projeto de uma área pública que irá dar mais qualidade de vida aos moradores”, aponta o madrilhenho.
A proposta de Vasquez tem colaboração do arquiteto paranaense Jaime Lerner e o empreendimento será executado pelo Consórcio Porto Cais Mauá do Brasil, formado pela NSG Capital, que detém 39% das ações, a GSS Holding (da Espanha), com 61%, e o Grupo Bertin, de São Paulo, com 10%.
Segundo o arquiteto, no projeto serão aproveitadas e recicladas as edificações já existentes – os grandes armazéns amarelos – colocando em prática modernos conceitos de sustentabilidade e bioclimatismo para a criação de espaços contemporâneos de uso social e esportivo de forma respeitosa com o meio ambiente.