Preços dos imóveis aumentam 15% ao ano

– Antes de ler, preste atenção: A matéria é sobre Porto Alegre, capital gaúcha. Acredito que a situação seja agravada em S. Paulo.
 
Latorre DI – facebook (São Paulo / SP) 15/07/13
Escassez de terrenos, alta demanda e custos da mão de obra e dos insumos alteram valores da habitação na Capital.
 
Escassez de imóveis para novos projetos influencia na elevação do valor em até 15% ao ano
 
Garimpar terrenos é um desafio constante para construtoras e incorporadoras interessadas em implementar projetos imobiliários na Capital. Empresários do setor explicam que, além da necessidade de adequação do solo ao produto, a “consolidação” da ocupação da cidade, com a expansão imobiliária ocorrida nos últimos anos, dificulta e encarece a empreitada. As vezes, é necessário comprar vários imóveis para fazer um edifício. Isso sem falar dos custos de mão de obra e insumos usados pela construção civil – que também estão mais caros -, associados à morosidade da aprovação de licenciamentos e à velocidade da valorização dos entornos. Por enquanto, não há sinal de “bolha” nem da possibilidade de os valores baixarem, garantem os especialistas. Segundo dados recentes do setor, as altas têm sido entre 12% e 15% ao ano.
 
De acordo com o proprietário da empresa de negócios imobiliários Vivendi, Joaquim Carvalho Faria, um dos fatores que mais encarecem os custos na compra de um imóvel, seja residencial ou comercial, é o terreno. “Antigamente, o solo representava 10% do valor de uma permuta de imóvel, dependendo da localização – hoje em dia, representa 30%”, compara o profissional, que trabalha com identificação de áreas para o desenvolvimento imobiliário. Ele comenta que a abertura de capital das empresas impulsionou a expansão do setor, a partir de 2006, colaborando também para a alta dos preços ao consumidor. “Com recursos injetados por terceiros, as corporações precisaram oferecer resultados aos investidores, lançando vários empreendimentos em curto espaço de tempo.”
 
Paralelamente a isso, nos últimos anos os bancos passaram a ter mais segurança jurídica ao ofertar crédito imobiliário, oportunizando assim suprir a demanda reprimida, principalmente das classes menos privilegiadas. Com mais gente interessada, e podendo pagar, mesmo que via financiamento, houve uma corrida por aquisição de terrenos para todas as classes econômicas, conta Faria. E ainda há demanda: dados de abril da MS Properties, especialista em desenvolvimento imobiliário, destacam que a facilidade do crédito, o aquecimento do consumo e a expansão da classe C, aliados à ampliação do valor do imóvel enquadrado no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, têmcontribuído para “bons resultados” no segmento imobiliário, com “retomada do crescimento em níveis graduais e sustentáveis”.
 
Notícia da edição impressa de 15/07/2013, do Jornal do Comércio
Por Adriana Lampert
JOÃO MATTOS/JC
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