Leitor André Coelho comentou via Twitter que os preços dos imóveis estão abusivos. Se a venda cresce apesar disso, pergunta quem está comprando. Acrescenta que é funcionário público e não consegue adquirir um imóvel.

Realmente, as vendas seguem crescendo no geral do mercado. Mas o ritmo é menor. Mesmo que também seja menor o ritmo de alta de preços, eles ainda estão elevados.

Para Maurenio Stortti, da empresa especializada em negócios imobiliários MS Properties, há dois movimentos nas aquisições atualmente. Na ponta de baixo da pirâmide, estão os imóveis até R$ 130 mil no modelo “Minha Casa Minha Vida” estendido. Na ponta de cima, pessoas de alto poder aquisitivo que costumam comprar imóveis na planta, para investimento e preços diferenciados.

Na faixa do meio, está o segmento que sofre uma retração de vendas. A oferta é grande, tanto de produtos bons ou ruins, mas os preços também estão fora da curva. Ao mesmo tempo, estas pessoas estão sensíveis ao crédito, inadimplentes e comprando mais por necessidade. Não mais com a euforia registrada até agosto do ano passado.

Classificação de Maurenio Stortti para a pirâmide de compra de imóveis:

1 Imóveis até R$ 2,5 mil o metro quadrado – São casos clássicos do Minha Casa Minha Vida. Tem giro rápido e movido pelo crédito barato.

2 Segmento do meio, com imóveis de R$ 2,5 mil a R$ 5,5 mil o metro quadrado. Imóveis em geral caros para o segmento e onde houve uma concentração da oferta. Produtos bons e ruins.

3 Imóveis acima de R$ 6 mil o metro quadrado até R$ 10 mil – Segmento de classe alta e compras pontuais com características de investimento.