Informe Econômico (Zero Hora) – Maria Isabel Hammes | 01/06/2012

Desenvolvimento
O desenvolvimento da Plataforma Logística de Passo Fundo recém iniciou os seus estudos de modelagem econômica e já ganha o cenário internacional. Nesta quinta (24), a revista inglesa Infra Latin America, especializada em Parcerias Público-Privadas, veicula entrevista concedida pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Alexandre Cittolin, e por Maurenio Stortti, diretor da M.Stortti – empresa que apresentará um plano de negócios em seis meses. Para desenvolver a região, a prefeitura teve recursos internacionais do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

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O grupo M.Stortti está mapeando as oportunidades, infraestrutura e geração de renda de negócios da Indústria Oceânica em São Jose do Norte. Com enfoque na sustentabilidade, trabalha com a World Urban Development, uma das mais reconhecidas ONGs internacionais para o desenvolvimento sustentável, com sede em Washington e diversos outros países. O projeto é uma parceria da Federação das Indústrias (Fiergs) e da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e será concluído em agosto. Por ele, São José do Norte deverá receber investimentos volumosos relacionados ao Pré-sal.

Polo Naval Gera “Ramais” Longe do Mar de Rio Grande

Empresas apostam na navegabilidade do rio Jacuí e na mão de obra de outras regiões – principalmente Charqueadas – para produzir módulos de plataformas petrolíferas

Por Pedro Pereira

O mapa da indústria naval no Rio Grande do Sul vem passando por uma importante transformação. Antes restritas ao extremo sul do estado – principalmente na cidade de Rio Grande –, as atividades do setor agora encontram campo fértil na região do rio Jacuí. Em um primeiro momento, o município que está se beneficiando diretamente deste “transbordamento” da indústria naval de Rio Grande é Charqueadas, a 56 quilômetros de Porto Alegre e a 340 quilômetros da cidade que abriga o grande porto do Estado. Os trunfos de Charqueadas são suas escolas técnicas, com capacidade para formar mão-de-obra de boa qualidade, além do fácil acesso ao mar – uma vantagem que outros municípios situados no curso do Rio Jacuí também apresentam.

Um exemplo deste fenômeno é a chegada da IESA Óleo a Gás, com sede no Rio de Janeiro. A empresa anunciou investimento de R$ 20 milhões em área que foi desapropriada pela prefeitura de Charqueadas e deve empregar 1,2 mil pessoas na fabricação de módulos para plataformas de petróleo. “Serão treinados na região engenheiros, montadores, soldadores, eletricistas e encanadores e, para isso, a empresa contará com a excelente estrutura das escolas técnicas da cidade”, aposta Valdir Lima Carneiro, presidente da empresa. Outra companhia que aposta na mão de obra de Charqueadas é a Engecampo Engenharia Industrial, que se instalará em uma área arrendada de 16 hectares, ao lado da futura unidade da IESA – onde também fabricará módulos para plataformas de petróleo. A expectativa de utilização de mão de obra é de 450 postos efetivos e 400 empregos indiretos.

Segundo o consultor Maurênio Stortti, está claro que as cidades de Rio Grande e São José continuam sendo o lugar ideal para grandes empreendimentos, que necessitam de águas mais profundas. “Grandes estaleiros precisam de condições que existem só lá. Mas o segundo produto que a Petrobras vai demandar são os módulos – e Charqueadas é propícia porque tem área [para a instalação de novas indústrias] e calado de quatro metros até Rio Grande”, explica.

Outras empresas que devem desembarcar na região são a UTC e a Tomé Engenharia. A instalação da UTC ainda depende da desapropriação de uma área que será cedida pela prefeitura. O processo de liberação do terreno obteve parecer favorável e aguarda um depósito judicial para a emissão provisória de posse. Após a conclusão do processo, a empresa investirá R$ 118 milhões e deve gerar cerca de 1,5 mil postos de trabalho. Já a Tomé Engenharia afirma interesse em investir R$ 110 milhões na edificação e adequação de uma unidade industrial. A empresa empregará 2 mil pessoas na fabricação de partes de plataformas de petróleo e unidades de processo – como componentes, equipamentos, estruturas marítimas e módulos destinados à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás.

Na visão de Marcos Reis, diretor de suporte à gestão da Quip S/A, o Rio Grande do Sul está trabalhando para que a indústria naval beneficie todo o estado. Ele observa o desenvolvimento de ações semelhantes em outros pontos do Brasil – como Pernambuco, que já conta com um polo naval, e Ceará, onde há tratativas para a instalação de outro, além do já tradicional polo carioca. “A Petrobras tem uma demanda muito grande e outros estados podem vir a contar com novos estaleiros, mas esses estados que citei saem na frente”, analisa. Criada em 2006, a Quip S/A foi a primeira empresa a implementar uma plataforma no município de Rio Grande – a P-53, finalizada em 2008.

http://www.amanha.com.br/home-internas/3227-polo-naval-gera-ramais-longe-do-mar-de-rio-grande

— em Portal Revista Amanhã

Sobre a contratação para projetos de modelagem econômica

Jaime Lerner é um importante arquiteto que vem trabalhando em sintonia com a M.Stortti e outras entidades envolvidas na Parceria Público Privada – PPP para a revitalização de projetos importantes como o Cais Mauá, em Porto Alegre. Em dezembro passado também assinou contrato com prefeitura da capital gaúcha para integrar os trabalhos da “nova” Orla do Guaíba. Foi planejado o trecho da Usina do Gasômetro ao Arroio Cavalhada, já desenhado e apresentado ao Executivo

De acordo com a legislação, a Prefeitura de Porto Alegre contratou o profissional Jaime Lerner na condição de “notório saber”, dispensando concurso público para o trabalho. Em nota oficial divulgada em fevereiro, o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, Tiago Holzmann da Silva, destaca a referência de Jaime para a categoria. Reconhece a valiosa participação do profissional para o projeto, contudo, defende que a contratação mais adequada ainda seria o concurso público. A opinião do IAB repercutiu e foi pauta de redação da Rádio Gaúcha no programa Polêmica, em 26 de março.

A M.Stortti, que tem forte bagagem em parcerias PPP, observa que o desenvolvimento de projetos como a Orla do Guaíba e o Cais Mauá permite distintos modelos de contratação. No Rio de Janeiro, por exemplo, em cinco meses iniciam as obras que devolverão ao público o centenário Hotel Paineiras. Lá, o arquiteto contratado foi selecionado por concurso público.

O Hotel das Paineiras é ícone do Rio de Janeiro e será totalmente reestruturado para receber turistas e qualificar o acesso ao Corcovado e ao Cristo Redentor. A tempo para a Copa do Mundo, a reinauguração devolverá para a cidade carioca uma atração turística que estava abandonada há mais de 30 anos. As melhorias contemplarão uma nova arquitetura, eleita em concurso público nacional realizado em 2009 pelo IAB e o ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente.

Com previsão de um ano para a conclusão das obras e investimentos de R$ 40 milhões, o Hotel das Paineiras se transformará em um complexo que inclui ao hotel centro de convenções, estação de transferência para o Morro do Corcovado, estacionamento, alimentação, lojas, instalação para exposições permanentes e temporárias e a recepção de eventos múltiplos. Mais que isso, é a última estação de trem que dá acesso ao Corcovado e a uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, recebendo em média 80 mil turistas por mês.